terça-feira, 17 de julho de 2007

1ª Fase - 18ª Rodada - Guarani 0x2 Grêmio

Foto: Silvio Avila (Zero Hora)

 




AÍLTON, DO GRÊMIO, FAZ 2 GOLS E QUEBRA TABU EM CAMPINAS

 Time gaúcho não havia vencido Guarani antes, no Brinco de Outro, e está quase classificado

O Grêmio derrotou ontem o Guarani, por 2 a 0, quebrando o tabu de nunca ter vencido o adversário em Campinas. O time do técnico Luiz Felipe conseguiu, com o resultado, acabar também com a invencibilidade de quase sete meses sem derrotas do Guarani, em sua casa. A última vez que ele havia perdido no Estádio Brinco de Ouro foi em 17 de abril, para o São Paulo (1 a 0), pelo Campeonato Paulista.

O jogo foi bastante disputado. O Guarani vinha embalado e o técnico Carlos Alberto Silva estava invicto. Jogou melhor, não tomou conhecimento do Grêmio, no primeiro tempo, e só não marcou por erros de finalização.

O goleiro Danrley também ajudou a sua equipe fazendo duas grandes defesas. O Guarani, com três atacantes – Ailton e Marcelo Carioca, mais à frente, e Gilson, mais recuado – aproveitou os espaços e entrou com facilidade na defesa gaúcha. Só Marcelo Carioca perdeu duas chances reais de gol, aos 30 e 40 minutos. O técnico Carlos Alberto não gostou e o substituiu por Edu Lima.

O Grêmio voltou do intervalo com a mesma equipe. Mas valeram as instruções que o técnico deu aos jogadores. O time melhorou na marcação, passou a dominar o meio-de-campo e não deixou o Guarani jogar. O atacante Ailton, aos 14 minutos, marcou o primeiro gol para a equipe gaúcha. O goleiro Hiran, menos vazado no campeonato, estava a exatos 389 minutos sem levar gol, nada pode fazer. Sete minutos depois, o Grêmio ampliou. Dinho cobrou falta, a bola bateu na barreira e Alexandre entregou a bola nos pés do atacante, que fez o seu segundo gol.

O Grêmio soma agora 32 pontos e está mais próximo da classificação.” (Milton Bridi, O Estado de São Paulo, segunda-feira, 4 de novembro de 1996)  

 

Foto: Silvio Avila (Zero Hora)

 

 

 O JOGO: O Guarani começou atacando, perdeu gols. No segundo tempo, a história foi outra e o Grêmio explorou as falhas bugrinas. (Tabelão Placar 1996, n.º 10, página 227)

 

 “Depois de ser esmagado pelo Guarani e com uma atuação irreconhecível, o Grêmio finalizou o primeiro tempo com perspectivas nada favoráveis. Depois de alguns berros de Luiz Felipe no vestiário, Ailton marcou dois gols e decretou a vitória.” (Zero Hora, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996)

Foto: Correio do Povo/Correio Popular

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“GRÊMIO QUEBRA TABUS EM CAMPINAS

Ao vencer o Guarani por 2 a 0, o time de Luiz Felipe continua bem colocado na classificação

 Na partida de ontem contra o Guarani o Grêmio tinha a chance de quebrar uma série de tabus: nunca havia vencido o adversário em Campinas, o time da casa mantinha urna invencibilidade de sete meses em seu estádio e o goleiro Hiran estava sem tomar gol havia 389 minutos. E o Grêmio precisou de apenas uma hora para começar a derrubar as escritas. Com dois gols de Ailton, a equipe de Luiz Felipe conseguiu uma importante vitória, que a manteve em sexto lugar com 32 pontos em 17 jogos e bem próximo da classificação às quartas-de-final.

 A partida contra o Grêmio tinha um valor especial para o Guarani. Tanto que a direção promoveu a partida na mídia e colocou ingressos à venda por módicos R$ 5. A mobilização deu resultado, e o Brinco de Ouro recebeu o seu maior público no Brasileirão. Empurrado pela barulhenta torcida, o time paulista começou a par tida encurralando o Grêmio em sua defesa. A força ofensiva era tamanha que até o volante Dega era presença constante na defesa gaúcha.

 Depois de fazer uma cena teatral, fingindo ter sido atingido por Aílton, Danrlei repôs a bola nos pés de Gilson, que imediatamente lançou Marcinho dentro da área. O lateral desperdiçou uma grande oportunidade de marcar. Sufocado, o Grêmio não conseguia levar perigo para o goleiro Hiran. Quando isso acontecia, as bolas eram cruzadas para Paulo Nunes, que isolado era obrigado a disputa-las pelo alto com os adversários. Como tinha tranqüilidade na defesa, o Guarani se mantinha agressivo no ataque.

O primeiro tempo terminou em momento oportuno para o Grêmio. E a equipe pareceu voltar do intervalo com as mesmas deficiências. Pareceu. O puxão de orelhas do técnico Luiz Felipe deixou a equipe mais agressiva nos contra-ataques. Aos nove minutos, Paulo Nunes quase marcou em cruzamento de Zé Alcino. Apenas quatro minutos depois, Adilson subiu ao ataque e lançou Émerson. O meia passou para Ailton chutar forte e abrir o placar. O gol de Aílton perturbou o Guarani. Enquanto os torcedores trocavam socos nas sociais, Alexandre deu uma rosca na bola e a deixou nos pés de Ailton, que novamente venceu o grandalhão Hiran. Eram apenas 20 minutos do   segundo tempo, mas o Grêmio já havia acabado com a euforia dos campineiros e acabado com a festa dos bugrinos.” (Leonardo Oliveira, Enviado Especial Campinas, Zero Hora, segunda-feira, 4 de novembro de 1996)  

 

Foto: Silvio Avila (Zero Hora)

 

“AÍLTON PAGA A SUA APOSTA COM GOLS

Depois de ser confirmado como o substituto de Carlos Miguel para a partida contra o Guarani pelo técnico Luiz Felipe, o meia Aílton voltou a cantarolar pagodes e a sorrir como de costume. "Este jogo vai ser o início da minha volta por cima", apostou antes do treino de sexta-feira. Aílton parecia ter pressentido o que iria acontecer na tarde de ontem no Estádio Brinco de Ouro. Com dois belos gols seus, o Grêmio conseguiu em Campinas uma importante vitória sobre uma das melhores equipes do Brasileirão.

 A torcida do Guarani se preocupou em insultar o goleiro Danrlei e o atacante Paulo Nunes. Durante todo o primeiro tempo, o Grêmio foi pressionado pelos campineiros. O goleador do Brasileirão era submetido a uma disputa desigual com a defesa adversária, para deleite dos torcedores. Danrlei continuava a fazer defesas importantes e dava ainda mais razões para ser xingado. Já Aílton, bom ... Bastava encostar na bola para ser classificado pelos bugrinos "como da casa", em uma desdenhosa referência a sua passagem pelo Brinco de Ouro em 1993.

Por ser da casa, Aílton conhecia os atalhos para vencer o grandalhão goleiro Hiran, de 2m01cm. Depois de um primeiro tempo em que se destacou apenas pela transpiração, o meia foi premiado pelo destino com duas oportunidades de marcar na segunda etapa. E foi implacável.

Na primeira, ele recebeu um passe de Émerson e chutou cruzado. Em uma corrida desabalada, se dirigiu ao banco de reservas para agradecer ao técnico Luiz Felipe, que sempre o protegeu da ira dos torcedores. "Eu extravasei e fui abraçar o professor porque ele sempre me apoiou", explicou-se.

Apenas sete minutos depois, o ex-gremista Alexandre deu uma rosca fantástica na bola, permitindo que ela estacionasse nos pés de Aílton. Como era de casa, o meia não se preocupou em frustrar a violenta torcida campineira com outro gol. Depois de ter liquidado com a forte equipe do Guarani, Aílton recebeu de Luiz Felipe, aos 26 minutos do segundo tempo o descanso destinado aos bravos. "Eu não estava bem no jogo, mas uma hora as coisas tinham que dar certo comigo", afirmou. E deram. Duas vezes.” (Zero Hora, segunda-feira, 4 de novembro de 1996)  



 

“GRÊMIO ESCAPA DO SUFOCO E QUEBRA TABU EM CAMPINAS: 2 A 0

“Foi a vitória da voz do vestiário.” A definição é do presidente Fábio Koff, ao comentar a mudança radical sofrida pelo Grêmio no segundo tempo, suficiente para garantir a placar de 2 a O sobre o Guarani, em Campinas, ontem à tarde. Mais modesto, o técnico Luiz Felipe afirmou que a vitória "foi obra do Divino".

Depois de sofrer uma pressão quase irresistível nos primeiros 45 minutos, o Grêmio corrigiu-se e conseguiu até mesmo quebrar um tabu, o de nunca ter vencido o adversário em Campinas. O Guarani também não perdia em casa há 200 dias e seu goleiro estava há 389 minutos sem sofrer um gol sequer.

O primeiro tempo, de fato, foi amplamente favorável ao time treinado por Carlos Alberto Silva. O ponta Alexandre era o diferencial, com ampla movimentação e confundindo a marcação do adversário. Só o centroavante Ailton perdeu 3 gols. Danrlei era o melhor do jogo.

“Será que sou eu o pé-frio?", chegou a lamentar Ailton, no vestiário. "Vamos deixa-lo numa situação dessas?", perguntou Luiz Felipe aos demais jogadores.

A resposta não tardou. Os jogadores do Grêmio recuperaram sua característica habitual e passaram a tirar os espaços do poderoso adversário. Aos 14 minutos, Ailton, até então um jogador muito discreto, recebeu passe de Emerson, pelo lado direito, e bateu em diagonal, vencendo Hiran e abrindo o marcador. Aos 20, Dinho cobrou falta na barreira, Ailton apanhou o rebote e definiu o placar. O Grêmio soma agora 32 pontos e terá pela frente, no Olímpico, 4ªfeira, o modesto Fluminense. Cresce cada vez mais a chance de terminar entre os 4 primeiros.” (Correio do Povo, segunda-feira, 4 de novembro de 1996)  

 



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Guarani 0x2 Grêmio

GUARANI: Hiran; Marcinho, Sangaletti, Nenê e Júlio César; Élson (Alexandre Paulista), Dega, Alexandre (Renatinho) e Gílson ; Marcelo Carioca (Edu Lima) e Aílton
Técnico: Carlos Alberto Silva

GRÊMIO: Danrlei; Arce, Rivarola, Adílson e Roger; Dinho, Goiano (André Silva), Aílton (Mauro Galvão) e Émerson; Paulo Nunes e Zé Alcino (Marco Antônio)
Técnico: Luiz Felipe Scolari

18ª Rodada - Primeira Fase
Data: 03/11/1996, domingo, 17h00min
Local: Estádio Brinco de Ouro, em Campinas
Público: 17.984 (16.050 pagantes)
Renda: R$ 83.250,00
Árbitro: Wílson de Souza Mendonça (PE)
Assistentes: Carlos Roberto Silva (SP) e Ednilson Corona (SP)
Cartões Amarelos: Dega e Sangaletti ; André Silva, Mauro Galvão e Arce
Gols: Aílton , aos 14 e 20 minutos do 2° tempo.

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